1 de março de 2011

... Fragão... Corgo... Macaco... Alimária... e Neve...

Uma paisagem nova! Brutalmente selvagem!

Dominado por arbustos, bétulas, pinheiros, tramagueiras... o trilho escondido na neve, limitado aqui e ali por mariolas e pequenos postes coloridos abre-se diante dos nossos pés. Ali, sob um sol brilhante mas não necessariamente quente, caminhamos.

(Miradouro do Macaco)

Cheira a aventura! As longas empenas que levam ao Fragão do Corvo de onde se avista Manteigas no fundo do vale. A distinta chegada ao Seixo Branco! O Miradouro do Macaco. A transição pelos pastos do Vale das Éguas!  As ribeiras que afluem ao Vale de Rossim... e sempre a neve... e mais neve!

Brincamos aos adivinhos com umas folhas de papel na mão que descrevem os pontos de interesse da denominada "Volta das Penhas Douradas"... 8km de Portugal Selvagem, para percorrer de peito aberto, pernas fortes e olhos abertos. Ali o Miradouro do Macaco, onde uma pedra nos surpreende pela semelhança com o símio. Ou a Alimária, um calhau imenso em forma de cabeça de cão.

Descobrimos até uma calhau em que ninguém deve ter reparado, mas a que chamamos Mogli, o Rapaz da Selva... ele está lá... bem diante dos olhos.

Antes a subida ao Fragão do Corvo, onde efectivamente um dito corvo de enormes proporções nos vigia do alto do marco geodésico.

Mais adiante os pastos do Vale das Éguas onde diz a lenda, nasciam os mais puros-sangues filhos das éguas que ali pastavam e do vento que teima em soprar a esta altura, e onde hoje os sábios pastores largam as suas cabras para obter o leite tão especial que usam com meios artesanais para criar queijos amanteigados.

Casas abandonadas. Semi-destruídas. Esquilos. Raposas. Fontes. Bosques encantados. A ausência de vida humana... quase absoluta... e um regresso à Casa das Penhas Douradas, onde o repasto de queijos, sumos e iguarias de salivar por mais nos preenchem o apetite...

E sempre o namoro! As mãos dadas! Os olhares de soslaio! Os gestos de ajuda no estender da mão! A partilha... e a muita neve que ainda reflecte o sol que teima em não aquecer...

Este é o fim-de-semana perfeito... brindado com Champanhe oferecido pelos anfitriões antes do jantar gourmet pela mente criativa de um distante Chef Luís Baena.

A simpatia da Catarina, o amável sorriso do Paulo, a hospitalidade da Isabel... os gentios que agradam sem esforço e com alegria quem chega, pára e segue viagem...

Para voltar... com ou sem apetite, porque a vida desta forma é muito mais simples, tranquila e reconfortante.

Aquele abraço... o clássico!
70s

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