14 de setembro de 2012

Seis...quase Sete


Seis… quase Sete semanas passaram desde que a mão cautelosa de uma auxiliar da MAC lançou nos livros o nascimento de Pilar Valentim Fernandes Casqueiro Haderer. Eram 23h38, de 05 de Agosto de 2012. 2,485kg e 45,5cm.

As nossas vidas nunca mais serão as mesmas! E efectivamente nunca mais serão.

Nestas quase sete semanas de vida a pequena Pilar tornou-se o centro do mundo. Como na Viagem ao Centro da Terra de Júlio Verne, tudo roda em torno de um único momento… em Verne era o de alcançar o centro da Terra, no nosso tudo roda em torno desse ser, frágil, lindo, meigo e de expressão doce que invadiu as nossas vidas. Nove meses de gestação anunciaram atempadamente a sua chegada… tivemos todas as condições para nos preparar. Arranjámos o quarto, fizemos o curso de preparação para o parto, comprámos roupinhas, adaptámos a casa, os carros, a mobília e no fundo arrumámos também os neurónios para que tudo estivesse pronto.

Mas agora, seis… quase sete, semanas depois, constatamos, de forma diária, e desde o primeiro minuto, que não estávamos preparados. Nunca poderíamos estar… mudar uma fralda a um boneco não é certamente o mesmo que mudar uma fralda a um recém-nascido em pranto de cólicas. O boneco não esperneia, não se agita, não chora… já o recém-nascido…. Uiii! e tantos outros exemplos.

Estas semanas podem resumir-se a muitas coisas. Contra-senso? Não! Podem mesmo resumir-se a muitas coisas… fraldas, banhos, berço, choro, cólicas, sorrisos involuntários (e já também voluntários), subidas de leite, amamentação, privação de sono, carrinho de bebé, alcofas, roupinhas, noites sem jantar, miminhos, colinho, braços dormentes, medicamentos, dores-de-cabeça, e tantas outras que poderia enumerar aqui até aos meus 80 anos de vida… mas não quero… prefiro “gozar” esse tempo a vê-la crescer.
Tudo isto e muito mais… resume estas seis… quase sete, semanas… mas no fundo… ao chegar a casa, ao fechar a porta deixando o dia de trabalho pelas costas, há um mundo novo, diferente todos os dias (e noites), que se abre… há um mundo por descobrir… um novo olhar, um novo choro, uma nova posição de dormir, uma roupinha nova, um novo miminho (o de sempre, renovado todos os dias)… lá está esse pequeno ser… frágil, lindo, meigo e de expressão doce… e por ele… tudo, mas absolutamente tudo o resto é secundário, supérfluo, insignificante…

Há um livro… de pequenas ilustrações, oferta sábia de um casal amigo, também eles pais… intitulado “P de Pai”. Em ilustrações descreve as diferentes formas de “P de Pai”. Gosto particularmente da ilustração do “P de Pai… Pai-Tractor”… em que o “Pai” carrega o “bebé” pelas costas… … hoje, revejo essas ilustrações mentalmente… e somo tantas outras que lá não estão…

Hoje… seis… quase sete semanas depois… descobri que sou “P… de Pai… Pai-Fortaleza”… aquele que tudo aguenta e a quem um breve sorriso de recém-nascido preenche por completo.

Aquele Abraço…
70s… P… de Pai-Pensamento

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