Seis… quase Sete
semanas passaram desde que a mão cautelosa de uma auxiliar da MAC lançou nos
livros o nascimento de Pilar Valentim Fernandes Casqueiro Haderer. Eram 23h38,
de 05 de Agosto de 2012. 2,485kg e 45,5cm.
As nossas vidas
nunca mais serão as mesmas! E efectivamente nunca mais serão.
Nestas quase sete
semanas de vida a pequena Pilar tornou-se o centro do mundo. Como na Viagem ao
Centro da Terra de Júlio Verne, tudo roda em torno de um único momento… em
Verne era o de alcançar o centro da Terra, no nosso tudo roda em torno desse
ser, frágil, lindo, meigo e de expressão doce que invadiu as nossas vidas. Nove
meses de gestação anunciaram atempadamente a sua chegada… tivemos todas as
condições para nos preparar. Arranjámos o quarto, fizemos o curso de preparação
para o parto, comprámos roupinhas, adaptámos a casa, os carros, a mobília e no
fundo arrumámos também os neurónios para que tudo estivesse pronto.
Mas agora, seis…
quase sete, semanas depois, constatamos, de forma diária, e desde o primeiro
minuto, que não estávamos preparados. Nunca poderíamos estar… mudar uma fralda
a um boneco não é certamente o mesmo que mudar uma fralda a um recém-nascido em
pranto de cólicas. O boneco não esperneia, não se agita, não chora… já o recém-nascido….
Uiii! e tantos outros exemplos.
Estas semanas podem resumir-se a muitas
coisas. Contra-senso? Não! Podem mesmo resumir-se a muitas coisas… fraldas,
banhos, berço, choro, cólicas, sorrisos involuntários (e já também
voluntários), subidas de leite, amamentação, privação de sono, carrinho de bebé,
alcofas, roupinhas, noites sem jantar, miminhos, colinho, braços dormentes, medicamentos,
dores-de-cabeça, e tantas outras que poderia enumerar aqui até aos meus 80 anos
de vida… mas não quero… prefiro “gozar” esse tempo a vê-la crescer.
Tudo isto e muito
mais… resume estas seis… quase sete, semanas… mas no fundo… ao chegar a casa,
ao fechar a porta deixando o dia de trabalho pelas costas, há um mundo novo,
diferente todos os dias (e noites), que se abre… há um mundo por descobrir… um
novo olhar, um novo choro, uma nova posição de dormir, uma roupinha nova, um
novo miminho (o de sempre, renovado todos os dias)… lá está esse pequeno ser…
frágil, lindo, meigo e de expressão doce… e por ele… tudo, mas absolutamente
tudo o resto é secundário, supérfluo, insignificante…
Há um livro… de
pequenas ilustrações, oferta sábia de um casal amigo, também eles pais…
intitulado “P de Pai”. Em ilustrações descreve as diferentes formas de “P de
Pai”. Gosto particularmente da ilustração do “P de Pai… Pai-Tractor”… em que o “Pai”
carrega o “bebé” pelas costas… … hoje, revejo essas ilustrações mentalmente… e somo
tantas outras que lá não estão…
Hoje… seis… quase
sete semanas depois… descobri que sou “P… de Pai… Pai-Fortaleza”… aquele que
tudo aguenta e a quem um breve sorriso de recém-nascido preenche por completo.
Aquele Abraço…
70s… P… de
Pai-Pensamento
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