Santiago de Compostela - Caminho português tem cada vez mais peregrinos
20.10.2009 12.01H
Percorrido maioritariamente por estrangeiros, o caminho português de Santiago de Compostela leva cada vez mais peregrinos de todas as idades ao "encontro de si próprio", apesar da “falta de investimento do Estado” e do desconhecimento de algumas populações.
Destak/Lusa - destak@destak.pt
Segundo a Associação Espaço Jacobeus, que, a par da Igreja, atribui as credenciais aos peregrinos em Portugal, tem havido um aumento “gradual e significativo” do número de pessoas que escolhem o caminho nacional, que começou a ser sinalizado há cerca de uma década.
“O número de peregrinos tem aumentado e o de portugueses também. Mas é mais percorrido por estrangeiros”, conta à Lusa Amaro Franco, da associação, referindo-se ao percurso “com mais potencialidades em desenvolvimento” e que recebe 15 a 16 por cento do total de pessoas que caminham até Santiago.
O responsável lamenta, no entanto, que o troço Lisboa - Santarém esteja “muito mal sinalizado” e que uma grande parte das populações abrangidas estranhe a passagem destes peregrinos ou os confunda com os que vão para Fátima, situações que já não ocorrem a partir de Coimbra e, sobretudo, do Porto.
“Tem de haver investimento na sinalização e na sensibilização das populações locais para saberem que este é um património seu. As autarquias não têm dinheiro e o Estado português nada fez, tivemos reuniões com o Governo e não houve ‘feedback’”, diz Amaro Franco.
Para o representante, não é possível definir um perfil do peregrino, já que vão até Santiago entre bebés a pessoas com mais de 80 anos, jovens estudantes, reformados e famílias.
Mais fácil é perceber as alturas de maiores enchentes - os meses de Verão são os mais preenchidos - e as diferenças face à peregrinação a Fátima: “Fátima é recente, tem duas ou três datas e o que importa é chegar o mais rapidamente possível. Santiago é secular, é ao longo de todo o ano e o peregrino vive o caminho, a experiência está no encontro consigo próprio e com o outro”.
Foi precisamente a vontade de se descobrir a si mesmo, a par da fé e de uma promessa, que levou Alexandre Fernandes, de 35 anos, a percorrer sozinho 680 quilómetros durante nove dias de Março passado, a partir de Lisboa, com uma bicicleta e uma mochila.
“É preciso preparação física e a preparação mental é o principal desafio, porque as pernas conseguem sempre dar mais um passo, a cabeça é que joga contra nós: ‘desiste, estás tão perto de uma estação de comboio, porque fazes isto’”, conta.
Alexandre refere que em Portugal encontrou muitas pessoas que não sabiam o que estava a fazer e lhe perguntavam que motivos tinha ou se estava numa prova desportiva.
Já em Espanha, onde as populações estão mais habituadas, era mais frequente sorrirem-lhe, acenarem e desejarem bom caminho.
No final, afirma, a recompensa vale o esforço: “Quem decida arrancar, tenha a certeza de que vai sofrer, chorar, comer pó, desesperar. Mas depois, quando se vê Santiago pela primeira vez, é a certeza de que se consegue, de que nada é impossível para o ser humano”.
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Rosinha... Obrigado pela oportunidade e por te lembrares de mim!
Vejam: http://www.destak.pt/artigo/43233
Aquele Abraço... o clássico
70s
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