14 de dezembro de 2009

Terras de Manuel Valentim....


... não sei! Simplesmente não sei!... Não tenho a mínima ideia de quantos anos passaram desde que não entrava nas terras do meu falecido avô Manuel. Ali estavam as oliveiras de sempre. O poço. A linha férrea no fim da propriedade. As laranjeiras. As cercas de arama farpado. A casa velha deixou de existir à muito tempo. Não sinal do BOK, nem da cozinha velha. Menos ainda das galinheiras e coelhiras originais. A casa das ferramentas foi demolida. Os meus padrinhos/tios refizeram a terra. Construíram uma casa e armazéns novos.

A terra é a mesma. A sensação igual. Mas o coração aperta-se quando entro na estrada de serra, que antes era feita de terra batida e seixos redondos e agora é de alcatrão, e não encontro os gigantescos eucaliptos que marcavam a entrada. Agora está lá um muro todo catita.

Caminho pelo carreiro que entra pelo olival, atravessa as laranjeiras e contorna o poço até à linha férrea.
Um corvo preto empoleirado no muro do poço recebe-me com um grito estridente. Marca a sua presença, como sempre marcou. As imagens antigas preenchem-me os olhos e a memória. Esta é e sempre será a terra do meu avô.

Avô, tenho saudades tuas.... a vida devia ter-me permitido conversar contigo!

Aquele Abraço... o Clássico!
70s

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