
Colhido por uma emoção que veio dos mais profundos vales das sensações, optei e decidi deixar-me ficar. Afinal o tempo tinha parado e agora era indiferente optar, pensar, decidir, avançar ou retroceder.
Suspensa no braço a longarina chamava por mim em surdina. "Anda, vamos!" Dizia-me! As séries perfeitas entravam no canto da praia. Silêncio ensurdecedor cortado pelo característico barulho das espumaças que entram pelo areal. Olhando em redor o tempo estava suspenso! Parado! Inexistente! Não mais avançaria! Não iria a lugar nenhum! Olhando em redor não existia mais nada! Apenas aquelas pegadas cravadas no areal, que ali se manteriam enquanto o tempo assim o entende-se! Marcas perfeitas dos meus passos. Marcas perfeitas das decisões que me haviam feito chegar até ali. Até aquele momento! Até ao ponto em que o tempo parou...

Este era um daqueles locais em que a eternidade é a unica realidade constante. Um tempo que o tempo me havia concedido para que o meu tempo se alinha-se com o tempo em si. Seria eu capaz de o fazer? Seria eu capaz dessa tarefa herculiana? Seria eu capaz de perceber o que me acontecia?
Optei por envelhecer! Optei por dizer ao tempo para não parar! Para me mostrar qual o Caminho que as minhas pegadas ainda por marcar deveriam levar. O tempo pareceu não escutar. E do mesmo jeito que parou, reiniciou a sua marcha. A paragem imperceptível ao mundo era para mim uma vida, mas para o tempo um mera fracção do seu próprio tempo.
Sem nada me dizer! Sem nada me mostrar! Sem qualquer tempo! As pegadas antes por marcar foram passando por baixo da planta dos meus pés para serem passado vindas de um futuro que se quer incerto! Que se sabe sonhado! Que se sabe esperançoso.

Aquele abraço... o clássico!
70s
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