11 de maio de 2009

Envelhecer...

As linhas do tempo marcadas na nossa pele demonstram bem que o tempo passa. Está sempre a passar! A cada piscar de olhos, a cada sorriso, a cada onda que se apanha. O tempo passa. Vamos congelando momentos em memórias. Vamos marcando instantes em fotos. Vamos anotando datas como especiais. Mas o tempo passa sem nunca parar.

O tempo envolve-nos nas suas estações. Beija-nos na Primavera. Escalda-nos no Verão. Arrepia-nos no Outono. Enregela-nos no Inverno. O tempo marca o nosso passo. A nossa vida. O nosso intelecto. Mostra-nos o que o mundo e a vida têm para nos mostrar, no momento certo e preciso que só o tempo sabe definir.
Envelhecer é uma realidade. Acumulamos tempo. Achamo-nos sempre capazes, possantes, jovens. Acreditamos ter sempre tempo para fazer depois. Acreditamos que teremos sempre uma nova oportunidade. Uma nova opção. Um novo caminho. Um novo momento. E temos. Temos todos aqueles que o nosso tempo nos permite. Aqueles que o nosso tempo pré-definiu para nós. E esquecemo-nos que o tempo passa.

Por vezes, perdidos no nosso tempo, apercebemo-nos que poderá não ser sempre assim. Num aniversário nosso ou de alguém que nos é querido, apercebemo-nos subitamente que o tempo passou. Exclamamos então frases feitas de surpresa ou clichês sobre o tempo e como não o conseguimos controlar. E mesmo nessa altura o tempo continua a passar.

Não tenho medo de envelhecer. O cabelo que me vai desaparecendo ou branqueando. As linhas do tempo que se vão instalando na minha cara. As decisões que se tomam. A supresa das frases feitas dos aniversários. Não tenho medo de envelhecer. Não tenho medo do tempo. Sei que não fiz, nem farei tudo aquilo que desejo, desejava e desejarei ter feito ou quero fazer. Sei que não terei sempre novas oportunidades, novos momentos, novos caminhos.

Não tenho medo de envelhecer. E se subitamente o tempo deixar de avançar... ainda assim, os meus cabelos continuarão a branquear e a desaparecer. As ondas continuarão a rolar e sei... que nesse momento congelado de tempo, tal como no passado e no futuro, estarei grato pelo que vivo, vivi e viverei, pelos amigos que tenho, pela mulher que escolhi (ou que me escolheu, o tempo o dirá), pelos pais que tenho, pelas opções que tomei.

Envelhecer... é uma arte para a qual ninguém está preparado, nem mesmo o tempo.

Aquele abraço... o clássico.
70s

2 comentários:

Nós!! disse...

Nem mais o tempo nãqo perdoa , resta as lembranças , medo de envelhecer não tenho e espero que a velhice seja um divertimento.
Abraço
Never give up!!

Surf4ever disse...

Muito bem escrito, que beleza de texto, parabéns!
Abraço,
Gustavo