O tempo envolve-nos nas suas estações. Beija-nos na Primavera. Escalda-nos no Verão. Arrepia-nos no Outono. Enregela-nos no Inverno. O tempo marca o nosso passo. A nossa vida. O nosso intelecto. Mostra-nos o que o mundo e a vida têm para nos mostrar, no momento certo e preciso que só o tempo sabe definir.

Por vezes, perdidos no nosso tempo, apercebemo-nos que poderá não ser sempre assim. Num aniversário nosso ou de alguém que nos é querido, apercebemo-nos subitamente que o tempo passou. Exclamamos então frases feitas de surpresa ou clichês sobre o tempo e como não o conseguimos controlar. E mesmo nessa altura o tempo continua a passar.
Não tenho medo de envelhecer. O cabelo que me vai desaparecendo ou branqueando. As linhas do tempo que se vão instalando na minha cara. As decisões que se tomam. A supresa das frases feitas dos aniversários. Não tenho medo de envelhecer. Não tenho medo do tempo. Sei que não fiz, nem farei tudo aquilo que desejo, desejava e desejarei ter feito ou quero fazer. Sei que não terei sempre novas oportunidades, novos momentos, novos caminhos.
Não tenho medo de envelhecer. E se subitamente o tempo deixar de avançar... ainda assim, os meus cabelos continuarão a branquear e a desaparecer. As ondas continuarão a rolar e sei... que nesse momento congelado de tempo, tal como no passado e no futuro, estarei grato pelo que vivo, vivi e viverei, pelos amigos que tenho, pela mulher que escolhi (ou que me escolheu, o tempo o dirá), pelos pais que tenho, pelas opções que tomei.
Envelhecer... é uma arte para a qual ninguém está preparado, nem mesmo o tempo.
Aquele abraço... o clássico.
70s
2 comentários:
Nem mais o tempo nãqo perdoa , resta as lembranças , medo de envelhecer não tenho e espero que a velhice seja um divertimento.
Abraço
Never give up!!
Muito bem escrito, que beleza de texto, parabéns!
Abraço,
Gustavo
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