17 de junho de 2009

Um lugar sonhado

Diz o ditado... ou melhor... dizem os mais antigos, que "depois da tempestade vem a bonanza"... cedo na vida de cada um de nós se entende o significado deste "ditado popular". Depois de uma lágrima virá sempre um sorriso! Depois da chuva virá sempre o sol. Depois da falta de sorte, esta surgir-nos-á. Depois da tristeza, virá a alegria. Depois de ... e de... e de... e de...

... depois de uma tarde de Inverno e noite de tempestade, amanheço como um céu ameassador. A unica linha de horizonte (até onde me é dado ver), é negra... lá fora na rua o Sol bilha. A tempestade que assolou o meu sono parece empurrada por ventos contrários, ensombrando o meu amanhecer, contrastando com o dia que nasce lá fora.

Estou triste... sinto-me enfraquecido... vasculho a minha fé em busca de força, mas faço-o com a mesma firmeza com que remexo a colher de açucar no café matinal. Não por displicência. Não por falta de fé! Mas apenas porque não tenho forças para mais.

Ao final do dia... remexo novamente na minha fé! Queimo um cigarro! E levanto os olhos para a colina que se erge do rio e sobe para o alto de Lisboa. Decido subir. No meio do Caminho... uma paragem... uma prece... um desejo... um (re)encontro com um velho Caminheiro. Sentado ali converso comigo. Queimo mais um cigarro. Inicio uma penitência que me faz atravessar Lisboa com 34 graus por avenidas crivadas de carros e barulho. Mas não escuto nada! Apenas vejo que o dia se mantém solarengo, mas que o meu amanhecer negro que se deixou entardecer finalmente cedeu... e deixa agora despontar um por de sol ténue, esperançoso... e ali... em comunhão... no meio das avenidas de asfalto, fecho os olhos, ignoro o barulho, imagino um futuro próximo e deixo-me levar pelo pensamento, pela imaginação até ao lugar tantas vezes sonhado, em que Neptuno nos acaricia a face e nos embala... e ontem, foi isto que lá encontrei...

Um abraço... o clássico!
70s

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