24 de junho de 2011

Este é um lugar seguro para ti, aqui e agora!

Este é um lugar seguro para ti, aqui e agora! Este é um lugar seguro para ti!

Mas que lugar é esse? Onde fica? Como se chega lá? Como o identificamos? Há algum mapa em que o nome desse lugar venha escrito? Tem coordenadas de GPS? Há placas e sinais até lá? A viagem é longa? Fica perto de alguma estação de metro? Comboio talvez? OU será preciso apanhar um avião?... um barco?... posso ir a pé?...

Este é um lugar seguro para ti, aqui e agora!... contínuo a escutar essa informação! Uma voz lenta mas não pesada… que enfatiza o “lugar”, o “aqui” e o “agora”…. Deixando as restantes palavras fluir. Essa voz que informa, saberá ela dizer-me que lugar é esse? Saberá ela dar-me as indicações? As ditas coordenadas de GPS? A linha de metro que devo apanhar? Mas afinal… saberá essa voz que lugar é esse?


Sei onde escuto essa informação! O lugar é sagrado… em si seguro… ali e no momento… será esse lugar onde escuto a informação o próprio lugar seguro para mim, ali e naquele momento? Se sim, como lá cheguei? Como faço para poder regressar sem me perder? Que transporte apanhei? Que mapa usei? Ora bolas, deixei o GPS no carro, assim não posso gravar a minha posição no instante.

Sei no fundo, que há um lugar seguro para mim, algures e num determinado momento. Desse lugar seguro ouvi dizer que falam de mim. Dizem por lá que sou um homem de valor e de sucesso! Dizem também que lá nesse lugar seguro, me posso encontrar a mim mesmo! Como assim!? Terei um gémeo que não conheço? Saberão eles que esse dito outro eu, tem por sua vez um gémeo aqui onde me encontro? Saberá ele de mim?...

Mas?! Se ele está lá nesse lugar seguro para mim, algures e num determinado momento, não será aqui, este o lugar seguro, para ele num determinado momento. Estaremos nós numa roda em busca do nosso lugar seguro. Um roda como as das gaiolas dos ratos… roda infinitamente… o rato na verdade nunca sai do mesmo lugar… mas sabe que está a percorrer uma grande distância. Também eu! Será este o cenário… uma roda gigante onde existe um lugar seguro onde nunca se chega? Um lugar seguro para mim!...

Não entendo! Se a voz me informa que aquele é um lugar seguro para mim, ali e naquele instante, porque não encontro o outro eu de quem por lá falam? Estará a voz enganada? Será que se engana como se enganam as vozes do metro “Próxima Estação, Cidade Universitária”, e na verdade estamos apenas a chegar a Entrecampos.

Sei que há um lugar seguro para mim, aqui e agora! Sei que o encontrei! Sei que o Caminho é longo! Sei que a voz está correcta! Sei que existe um outro eu! Encontrei-o!... O lugar, é aqui e agora, sempre que eu quiser!

Aquele Abraço. O clássico!
70s

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