11 de outubro de 2011

Tás maluco!!!


Durante toda a nossa vida ouvimos tantas e tantas vezes a expressão “tas maluco!”… ora vejamos… escolhemos um determinado automóvel para comprar… “tas maluco! O outro é muito melhor”… decidimos ir para o ginásio… “tas maluco! É bué da caro!”… optamos por mudar de casa para o centro da cidade… “tas maluco! É só poluição!”… escolhemos um determinado curso superior… “tas maluco! Isso não tem saídas nenhumas!”… enamoramo-nos por uma determinada rapariga… “tas maluco! Essa tipa não é para ti!... é Inverno e decido surfar ondas grandes … “tas maluco! Faz bué d’frio e ainda morres afogado! … enfim…

São apenas alguns exemplos… a vida em si está recheada deles… dos exemplos e claro, dos malucos que nos dizem que nós somos malucos. Maluco por maluco, dei por mim a pensar nos malucos que no passado me chamavam maluco… no presente são muito menos, ou mesmo nenhuns, não sei se por terem “flipado de vez!”, se por terem ganho juízo, se por se terem apercebido que nas ditas opções/exemplos/decisões não estava associada nenhuma patologia de maluquice…

Os exemplos mais marcantes são sem duvida, a opção que fiz de curso superior, as duas opções de sítio para morar que fiz depois de abandonar a casa dos pais, e os desportos que faço… Quando escolhi uma formação superior em Marketing… fui chamado de maluco por ser uma “cena sem saídas”… quando decidi ir viver com a namorada para o centro de Lisboa… fui chamado de maluco porque dali não podia ver ondas, só ia respirar fumo de taxista e a melhor vista da janela seria a sala do vizinho da frente… quando decidi recentemente comprar casa na margem sul… fui chamado de louco por querer comprar casa na situação actual, por causa do trânsito na ponte, por ser um “deserto”…

Agora que a vida ganhou novas rotinas… penso… tirei o curso que quis, tenho emprego, trabalho e salário… fui viver com a pessoa que amava e contínuo a amar e que se tornou minha mulher… no centro de Lisboa, andava de metro, tinha todos os serviços à porta e chegava ao trabalho em 25 minutos. Recentemente comprei a casa que queria, no sítio que queria, perto da praia, rodeado de sossego e boa gente. A família relativamente perto. Não apanho trânsito na ponte, ando de comboio, levo os mesmos 25 minutos a chegar ao trabalho… resumindo… aqui o maluco, faz o que gosta e é pago para isso, vive com quem ama no sítio que sempre sonhou… os malucos que me chamavam maluco nunca mais os vi… afinal… que é realmente o maluco? Eu?... talvez… mas deve ser por saber que ser feliz é a mais deliciosa patologia de maluquice… venha o colete de forças… serve-me perfeitamente!

Aquele Abraço. O Clássico.
70s

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