Gestão
de Imprevistos…
Amanhece
o dia bem pela fresca, ainda antes de entrar o calor. Uma voz reclama a minha
presença. A P está com febre e meio chorona. Entre banho, pequeno-almoço e hora
de entrada no trabalho começa a gestão de imprevistos. Tirar a febre, pensar no
que poderá ser, lidar com os receios mentais de uma possível varicela, a G
chora reclamando o seu pequeno-almoço 100% materno. P reclama a minha presença
uma vez mais….
(vingo-me no punho direito)
Cresce
um pouco o dia… apenas 1h… o calor já está a chegar. Continua a gestão de
imprevistos. Telefonemas de organização do dia, pedir “backup” presencial aos
avós, avisar o colégio, gerir a não fome (ou a não vontade de comer da P),
gerir o choro da G que acaba por adormecer (será só uma sestinha de 10m ou será
para 2h). Ganhar tempo engolindo o café entre a muda de fraldas. Um mimo no
cabelo da P.
Adianta
o dia um pouco mais… mais 30 minutos. Backup garantido. G adormeceu já lá vão
mais de 30 minutos. Mais uns mimos na P. Vestir a camisa. Fechar a mala. Hora
de entrada já a queimar vou-me vingar no punho direito das duas rodas. Vale que
não deve haver trânsito pois é semana de feriado. J
olha pela P enquanto o backup não chega. Mala fechada. Mais uns mimos e colinho
na P para a animar. Pegar no capacete. Abrir a porta. Fechar a porta. Garagem.
Punho direito. Gestão de imprevistos concluída
Não
custa nada! É só gerir! MENTIRA! Custa…
Custa-me o olhar tristonho e adoentado
da P que não me sai da cabeça.
A
gestão dos dias… é sempre feita de imprevistos.
Aquele
abraço. O clássico.
70s
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